Os quatro altares na história de Abraão" (PARTE 01)
Consagração: "Os quatro altares na história de Abraão" (PARTE 01)
05 de Abril de 2012
PALAVRA PARA INTERCESSORES
Fonte: Autoria: Romeu Bornelli

"Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco. " Marcos 11:24
Consagração: "Os quatro altares na história de Abraão" (PARTE 01)
Tomando como base a vida de Abraão, podemos ver de vários ângulos, um modelo de vida de fé e de crescimento espiritual constante. Quero enfocar aqui, a marca que distingue sua jornada e peregrinação espiritual: os "altares". Os "altares" que Abraão levantou, o conduzem tanto a um crescimento de sua visão de Deus, quanto a um crescimento e formação do "caráter de Cristo" em seu homem interior.
Nosso crescimento espiritual é descrito na Palavra de Deus, como um processo lento e contínuo de apropriação do caráter moral de Deus, ou seja, o caráter de Cristo. O Salmo 84:7 diz: "Vão indo de força em força..."; em Romanos 1:17 diz: "...de fé em fé..."; II Coríntios 3:18 diz: "...somos transformados de glória em glória..."; João 1:16diz: "Porque todos nós temos recebido ... graça sobre graça."
Um altar é um símbolo nas escrituras de adoração e consagração a Deus. Não edificamos um altar para nós mesmos, mas para adorar a Deus, oferecer sacrifícios a Ele e invocar o seu nome. O altar é símbolo de uma vida espiritual, uma vida com Deus. Abraão foi chamado "amigo de Deus" em Isaías 41:8, e essa comunhão, marcada pela vida de altar, revela a essência do que é a verdadeira vida espiritual, ou seja, ela não consiste na medida de nosso conhecimento e instrução acerca das coisas de Deus, mas no quanto somos "amigos de Deus", no quanto andamos com Deus, no quanto Deus nos têm como seu amigo em comunhão!
Abraão já em sua maturidade de vida, disse em Gênesis 24:40: "O Senhor, em cuja presença eu ando...", expressando assim a qualidade e a própria essência de toda a vida espiritual. Frequentemente nós desejamos que Deus ande conosco e que Deus abençoe nossos caminhos, mas a marca da consagração é andar com Deus em seus caminhos! É necessário um verdadeiro quebrantamento, deixando o trabalho da cruz arando sobre nossas almas, e termos uma disciplina espiritual para andar com Deus!
Sabemos que o altar no Velho Testamento é uma figura da cruz no Novo Testamento, onde o verdadeiro cordeiro pascal foi imolado. O nosso Senhor Jesus Cristo e a cruz são inseparáveis! Sem a cruz Cristo não é Cristo e Ele não pode nos salvar! A cruz, mais do que um simples objeto de tortura para alguns, ou um simples objeto de adorno para outros, define a própria natureza de Cristo! E quanto a nós? Um cristianismo sem cruz não é cristianismo de forma alguma, e sim uma pobre imitação da doutrina de Cristo. Uma vida cristã sem cruz não é vida cristã, mas apenas um "ego" adornado com os ensinos de Cristo! Nós necessitamos da cruz tratando profundamente conosco, para que possamos ser homens e mulheres espirituais, vivendo vidas espirituais e andando com Deus desfrutando de uma verdadeira comunhão com o Espírito Santo.
Durante a vida de fé de Abraão, nós constatamos a edificação de quatro altares.Esses altares foram erguidos no processo de sua jornada interior de conhecimento de Deus e amizade com Ele. Cada um destes altares aponta para um aspecto do trabalho da cruz em nossas almas, ampliando assim a nossa consagração, ou seja, o nosso relacionamento com Deus e nossa verdadeira espiritualidade.
1°- ALTAR DA REVELAÇÃO
O primeiro altar foi edificado em Siquém (Gn 12:6-7), e podemos chamá-lo de altar da revelação. Deus revelou-se ali a Abraão: "Apareceu o Senhor a Abraão". Precisamos saber que a cruz e a revelação andam juntas. Na medida em que a cruz trata conosco, é que teremos genuína revelação de quem Deus é; de quem nós somos, do que a igreja é e do que o mundo é. Carecemos da visão real destas quatro coisas para que vivamos uma vida que seja verdadeiramente espiritual!
Por causa da cruz, o apóstolo João sabia quem Deus era: "Deus é Amor", "Deus é luz" em I João 4:8 e 1:5. Por causa da cruz, ele sabia quem ele próprio era: "...seu servo (escravo) João" em Apocalipse 1:1, e, "Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança" (Apocalipse 1:9). Pela cruz, ele sabia o que era a igreja: "Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do cordeiro". Pela cruz, ele sabia o que era o mundo: "Não ameis o mundo".
Por outro lado toda genuína revelação de Deus a nós implicará em cruz, ou seja, requererá que depositemos nossos corpos como sacrifício no altar de Deus. Para que aquilo que de Deus foi revelado a nós seja "formado" em nós e que não fique apenas em nosso intelecto como informação a respeito de Deus. Este oferecer do nosso ser ao Senhor diário têm a finalidade de que o trabalho da cruz possa reduzir-nos cada vez mais, fazendo Cristo aumentar em nós cada vez mais. Isto é consagração.
Lembremo-nos ainda que embora seja a regeneração, o nascer de novo que marca o início de nossa vida cristã, mas é a consagração que marca o início do nosso crescimento até a maturidade cristã!